segunda-feira, 16 de abril de 2012

A SEXTA-FEIRA SANTA E O BACALHAU

UM POUCO SOBRE O COSTUME DE COMER BACALHAU NA SEXTA-FEIRA SANTA:

" No início da colonização de Urussanga, certamente os únicos peixes que foram consumidos viviam no rio que corta a cidade. Posteriormente, com a construção da ferrovia Dona Tereza Cristina e a ligação com o porto de Imbituba, o bacalhau importado começou a chegar na Benedetta.
Armazém como o dos Nichelle, de Quintino Piovezan, Luiz Zanatta e Valmor Bez Batti marcaram épocas com bacalhau pendurado nas portas e caixas de madeira com camarões secos colocadas de pé nas calçadas. Mas o preço era tão salgado quanto o produto. Assim, cada família comprava uma porção pequena e as nonas se encarregavam de multiplicar o sabor.
lucio Segundo o senhor Lucio Olivier Ghisi, que tem 85 anos e foi proprietário de um armazém na Avenida Presidente Vargas até o ano de 1975, os urussanguenses sempre gostaram e consumiram bacalhau na Quaresma.. “Eu não sei como, mas cheguei a vender três caixas de bacalhau em um só dia. Acho que foi porque o bacalhau só chegou na véspera da sexta-feira santa. Tenho até hoje a lista de meus fregueses de bacalhau. Eu vendia também muita sardinha em lata. Vinha em latas grandes, mas era muito salgada. Eu não gostava, mas os colonos compravam bastante também”, informou Seu Lúcio.
A receita mais usada para preparar  o  bacalhau  era  a que possibilitava um maior aproveitamento. “As mulheres ensopavam o bacalhau e as nossas nonas colocavam leite e maizena para engrossar. Lembro que só a Dona Zita, esposa do Dr. Aldo Caruso Mac Donald, fazia uma receita diferente. Ela colocava no forno para assar. Eu nunca me interessei de aprender como ela fazia, mas fui comer este bacalhau de forno muitos anos mais tarde em Foz do Iguaçú”, arrematou Ghisi."

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