quarta-feira, 6 de outubro de 2010

MOGI DAS CRUZES X SANTANA (12)

·        Ainda que a política salarial da Mineração realizasse na prática uma grande extração de trabalho, a julgar pelos entrevistados, não era assim que os operários a percebiam. A política salarial projetava-se como uma concessão dos Jafet ao conjunto dos trabalhadores. Não se percebe nos depoimentos a condenação dos baixos salários que levavam os operários da Usina a realizar grande número de horas-extras para sobreviver. Para os trabalhadores entrevistados, o tempo do patrão particular teve importância justamente por isso, porque eram livres para realizar as horas-extras, expediente de complementação salarial cerceado no período estatal. Enfim, grande parte dos seus salários dependia inteiramente do respectivo esforço pessoal, que era segundo depoimentos reconhecido no tempo do Jafet. Outro aspecto de certa forma relacionado ao salário, elogiado pelos operários se refere a antecipação de parte do salário do mês - o vale. A Cosim acabou com o vale, fato que reforça entre os operários, quando comparam os dois períodos, a certeza da superioridade da época da Mineração (CANOSA, 2002).

EM SANTANA: O VALE, UMA MANEIRA DE ANTECIPAR O SALÁRIO, TAMBÉM ERA USADO PARA FAZER COMPRAS  NO COMÉRCIO LOCAL. QUANDO O OPERÁRIO RECEBIA O SALÁRIO, VINHA DESCONTADO O VALOR DO VALE RETIRADO.

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